por Marcel Ayres
O Design Conversacional é uma vertente do design baseada na conversação humana e que sintetiza outras disciplinas, tais como: o Design de Interface, o Design de Interação, o Design Visual, o Motion Design, o Design de Áudio e o User Experience (UX) Writing.
O papel principal de um Designer Conversacional, tal qual um arquiteto, é mapear o que os usuários podem fazer em um determinado ambiente, considerando as restrições tecnológicas do meio utilizado e as necessidades e demandas do seu público de interesse. Com base nestes aspectos, o designer irá organizar a experiência conversacional no ambiente, definindo o objetivo e o fluxo dos diálogos.
Outro papel de um Designer Conversacional é, tal qual um roteirista, conhecer e desenvolver os personagens que irão participar dos diálogos. Ou seja, é necessário definir:
Buyer Persona | imagem clara do seu público de interesse, imaginando este público como uma pessoa (definindo idade, gênero, interesses, comportamentos, jornada de consumo, entre outros fatores).
Brand Persona | enxergar a marca como uma pessoa também faz parte desse processo, permitindo evocar com mais precisão a voz e a personalidade desta marca quando for preciso.
Abaixo, listamos quatro (4) pontos-chave do Princípio Cooperativo no Design Conversacional que devem ser levados em consideração na construção de diálogos entre Humanos-Humanos e/ou Humanos-Máquinas (Exemplo: Chatbots, Assistentes de Voz e outros).
O PRINCÍPIO COOPERATIVO NAS CONVERSAÇÕES
Segundo este princípio, presente no artigo publicado por H. P. Grice chamado Logic and Conversation, uma comunicação eficiente depende da suposição de que há cooperação mútua entre os participantes da conversa. Grice elenca quatro (4) máximas, regras que irão compor este Princípio Cooperativo.
Nós instintivamente cooperamos da seguinte forma nas conversas:
1 – MÁXIMA DA QUALIDADE
A verdade do que dizemos . Quanto mais precisa e acurada é a informação que você compartilha com outro indivíduo, melhor se torna a experiência da conversa.
2 – MÁXIMA DA QUANTIDADE
A quantidade de informação que provemos. Este é um aspecto mais subjetivo, pois o usuário espera mais informações do que literalmente pedem, contudo, é necessário tomar cuidado para não criar um monólogo longo e cansativo e nem uma conversa telegráfica e superficial.
3 – MÁXIMA DA RELEVÂNCIA
A relevância do que contribuímos. Há um tensionamento entre as máximas de qualidade e quantidade. Se você conseguir ser assertivo, ou seja, não trazer informações equivocadas e/ou irrelevantes na sua conversa e, paralelamente, souber dosar a quantidade de informações compartilhadas (para não desengajar o usuário), o grau de relevância tende a aumentar tornando ainda mais positiva a experiência conversacional.
4 – MÁXIMA DA MANEIRA
A maneira como nos esforçamos para nos comunicar claramente, sem obscuridade ou ambiguidade. Nem sempre o usuário saberá comunicar com clareza o que deseja e é aqui que entra a arte de identificar através da conversação as necessidades que estão nas entrelinhas. A partir daí, fornecer alternativas que resolvam o problema do usuário de forma simples, rápida e clara.
Em breve, faremos mais conteúdos sobre Design Conversacional aqui no nosso blog. Fiquem ligados 😉
Fonte: Actions on Google